terça-feira, 28 de junho de 2011

AMOR ESQUECIDO – Isaac Barradas

Sinopse

Após dois anos a esconder um amor incondicional por Marta, Sam pensa em revelar à melhor amiga aquilo que sente, mas as dúvidas começam a surgir-lhe à medida que entra em algo novo na sua vida.

Ao longo de toda a história, esse amor mostra-se mais forte, mas algo irá acontecer.

É num registo fluido e em mensagem ficcionada que Isaac Barradas escreve para aqueles que mais o compreenderão: trata-se de um livro de e para adolescentes, em jeito de homenagem a uma das fases mais intensas da vida, esse futuro pretérito imperfeito que jamais será esquecido.

Opinião

Este livro foi oferecido pela Papiro Editora, que mais uma vez apoiou o Prazer da Leitura na continuação do trabalho desenvolvido na divulgação de livros e mais em concreto, autores nacionais.

Este livro de Isaac Barradas, foi uma agradável surpresa para mim.

Tal como no livro “Reflexo Perdido” de Marta Carvalho, esta narrativa contém um toque suave de imaturidade na escrita que me seduz bastante, uma escrita simples e fluida. Esta característica contrasta grandemente, com a maturidade com que o tema é abordado. Um tema que me sensibilizou bastante, sobretudo da forma como foi trabalhado nesta narrativa, através das personagens de Marta e Samuel. É um pequeno livro em páginas, com um enorme conteúdo, sobre o amor incondicional.

Este livro fez-me reflectir, mas mais importante que isso, fez-me ver o quanto tenho desperdiçado o pouco tempo que tenho com os que mais amo, com banalidades que não chegam a ter um peso determinante na minha felicidade.

Tenho de elogiar e dar os meus parabéns ao autor do prefácio deste livro, é desse prefácio que tirei esta frase que tanto me marcou e reflecte muito bem a essência desta obra:

«(…)Amar é dar, não é receber, que para amar é preciso ser-se tolerante e paciente e que amar e ser amado incondicionalmente é o mais nobre dos sentimentos.»

O final tocou-me particularmente, cheguei mesmo a ficar com a lágrima no canto do olho. A forma como foi descrito e seu desfecho emocionou-me.

Espero que Isaac Barradas, continue o seu percurso literário, a oferecer-nos tão boa literatura.

Recomendo!

Sobre o autor

Aos dezoito anos, é aluno no curso científico humanístico de artes visuais na escola Secundária de José Afonso, Loures.

Nasceu aos seis meses de gestação e hoje ambiciona ser um bom escritor. Viveu a sua infância com os pais irmãos e avós, e esteve sempre rodeado de pessoas que lhe deram a melhor educação possível. Desde cedo desenvolveu o gosto pela leitura e aos dezasseis anos descobriu o prazer da escrita.

É fã da escrita de Nicholas Sparks, Lisa Jane smith, José Rodrigues dos Santos e tantos cujos nomes tem na sua prateleira.

No final do décimo segundo ano pretende entrar para a Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, e continuar a escrever, pois esta uma actividade que se tornou, para si, essencial. Amor Esquecido é o seu primeiro livro publicado, agora, sob a chancela da Papiro Editora.

Espaços do autor

Blog: http://coachingforlife-smile.blogspot.com/

Página do Facebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=100001849896946&sk=info



A AMEAÇA – Ken Follett

Sinopse

Unanimemente considerado um dos mestres actuais do policial, Ken Follett tem a capacidade única de, a cada novo romance, reinventar o próprio thriller. Em A Ameaça, um poderoso agente antiviral desaparece misteriosamente das instalações da Oxenford Medical, uma empresa farmacêutica que está a desenvolver um antivírus para uma das mais perigosas variedades do Ébola. Quem o poderá ter roubado? E com que obscuras intenções? Toni Gallo, responsável pela segurança da empresa, está profundamente consciente da terrível ameaça que o seu desaparecimento pode significar. Mas o que Toni, Stanley Oxenford, o director da empresa, e a própria polícia vão encontrar pela frente é um pesadelo capaz de ultrapassar os seus piores receios… Traições, violência, heroísmo e paixão num thriller absolutamente brilhante.


Opinião

Nunca tinha lido nada deste autor, mas sem dúvida, que não poderia ter começado da melhor forma. Este livro é espectacular.

Uma das coisas que a capa refere, é que esta leitura é:

«Uma leitura que se começa e não se consegue interromper.»

De facto, esta expressão não poderia descrever de forma mais clara, o que realmente aconteceu durante a minha leitura. Não só não a consegui interromper, como esta obra ficou literalmente colada ás minhas mãos, não fosse Ken Follett «o mestre do thriller moderno».

Só mesmo um «mestre» como este, tem o poder de escrever de uma forma tal, que nos transporta no decorrer da leitura, para uma autêntica sala de cinema. Foi mesmo essa a sensação, que estava a ver um filme, de tão realista que a esta escrita se tornou. Tive direito a arrepios, medo, sustos, só não tive direito a pipocas!!

A história em si, não poderia ser mais fascinante. Atrevo-me a dizer que a sinopse nos dá uma pequenina ideia, do quanto impressionante se torna esta narrativa. Também não se pode desvendar tudo não é??

Nem eu o vou fazer…acho que a sinopse descreve muito bem a essência do conteúdo desta obra e não vou ser eu a estragar o mistério e a curiosidade, que ela nos deixa após a sua leitura.

De forma mais técnica, o livro está muitíssimo bem organizado, acho até que esta característica, acaba por “ajudar” no impacto que esta narrativa tem durante a sua leitura. É seu dúvida a organização, que dá uma dinâmica diferente e surpreendente á narrativa.

Recomendo e bem!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

VIVER SEM TI – Jorge Bucay e Silvia Salinas

Sinopse

Irene é uma prestigiada terapeuta de casais que dedicou toda a sua carreira a investigar os mecanismos do amor e a ajudar os seus pacientes a recuperar a autoconfiança após uma separação. A sua vida familiar e pessoal, aparentemente organizada e tranquila, vê-se virada do avesso no dia em que (ignorando o sábio conselho da sua avó Justina, que dizia «quem busca o que não deve, encontra o que não quer») descobre, no bolso do casaco do seu marido Luís, a factura de um quarto de hotel em que ele esteve… com outra mulher. A partir desse momento, Irene inicia um processo que tantas vezes ajudou os seus pacientes a encetar: o da separação, da aceitação de que a sua relação com Luís chegou ao fim. Prepara-se então para partir em busca de um novo amor, um caminho que a leva à autodescoberta e ao reconhecimento do seu poder de escolha. Com inteligência, sabedoria e muito sentido de humor, os autores do best-seller internacional Amar de Olhos Abertos apresentam ao longo destas páginas a chave para escutar o coração e descobrir a autenticidade nas relações amorosas.
Opinião
Ganhei este livro num passatempo realizado pelo Grupo da Porto Editora, na altura da 81ª Feira do Livro de Lisboa.
Até á data, não tinha lido nada destes autores e pouco ou nada conhecia das suas obras, portanto foi uma estreia absoluta.
De um modo geral gostei desta leitura!!
Achei muito interessante este romance, não fosse Irene uma terapeuta de casais, que sofre repentinamente uma traição do seu marido Luís. Sendo ela terapeuta, como irá lidar com esta situação?
Este é um caminho que ela percorre e que podemos acompanhar no decorrer desta narrativa, um “caminho de busca interior” e pura reflexão. Uma intensa reflexão sobre relações humanas, mas sobretudo do verdadeiro sentimento que é o amor. Uma reflexão por vezes um pouco “pesada” em alguns momentos, mas mais dinâmica e até divertida noutros.
O que mais me tocou nesta história de Irene, foi sem dúvida ter contacto com algumas afirmações que demonstram claramente o quanto um casamento pode ser frágil, mas principalmente, as consequências que um desgosto de amor pode ter sobre as pessoas.
De forma mais técnica, a escrita é simples e o livro encontra-se muito bem organizado. Nas partes onde a reflexão é mais intensa, a escrita não é tão fluida, no entanto lê-se bem.
Recomendo.

O RAPAZ QUE QUERIA FAZER O MELHOR BOLO DE CHOCOLATE DO MUNDO – Maria Margarida Mendes

Sinopse

Agostín era um miúdo de dez anos e origem humilde. Certa noite, um sonho muda radicalmente a sua vida. Esta é uma história que estimula os sentidos e nos ensina que sonhar é um ingrediente indispensável. Se adicionarmos ao que sonhamos uma pitada de amor, amizade e sinceridade podemos tornar a nossa vida tão doce como o «melhor bolo de chocolate do mundo».
Opinião
Este livro foi oferecido pela Papiro Editora, que mais uma vez apoiou o Prazer da Leitura na continuação do trabalho desenvolvido na divulgação de livros e mais em concreto, autores nacionais.
Adorei este livro, pode ser juvenil/infantil, mas contem uma mensagem muito bonita.
Agostín é um menino corajoso, é preciso mesmo o ser para realizar os sonhos, acho que sem dúvida este é o ingrediente essencial para a receita da felicidade. Mas não só, como a sinopse refere, amor, amizade e sinceridade, também o são. Enfrentar a família e os amigos, não é tarefa fácil, mas a sinceridade é o melhor caminho. Será que o Agostín vai seguir esse caminho?
O melhor é ler!!
Sei que o livro é pequeno, mas só o consegui largar quando cheguei ao sei final. Claro que a escrita fluida e simples, ajudou muito, mas a história e a sua essência prende ainda mais.
Recomendo!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

ALÇAPÃO – João Leal

Sinopse

Quando Rodrigo chega a S. João, percebe que vai ter de crescer depressa se quiser sobreviver ao violento código que rege a vida dos órfãos. A aparição de um novo e pouco ortodoxo padre traz-lhe uma visão de esperança que promete mudar tudo. Mas uma maldição familiar emerge do passado. Uma série de assassínios brutais vai arrastá-lo, a ele e a Jorge, o seu único amigo, para um lugar sobrenatural escondido atrás de um misterioso alçapão. Há séculos à deriva, os habitantes de Lothar, a ilha flutuante, pensam que são os únicos sobreviventes do Grande Dilúvio. No centro da ilha, numa árvore gigantesca, vive um anjo caído que é o seu deus. Um acontecimento, contudo, vai agitar o quotidiano e levar a que dois deles decidam partir.

João Leal, nesta sua homenagem plena de imaginação às histórias de aventuras, faz com que as duas narrativas, tão distantes no tempo, se encontrem num momento decisivo para a história da humanidade.



 


Opinião

Quando vi este livro pela primeira vez, sabia que o tinha de comprar. Foi por diversos motivos que o fiz, entre eles: a sinopse e a capa, mas sobretudo por se tratar de um autor português. Uma iniciativa maravilhosa da Quetzal, na descoberta e afirmação novos autores nacionais.

Desde já quero pedir desculpa ao autor João Leal, pela a minha humilde opinião e consequente avaliação, perante um trabalho de uma mestria inigualável. Atrevo-me a dizer que não sou a pessoa indicada, para dar o valor merecido a esta obra.

Neste livro, deparamo-nos com duas narrativas distintas e bem distantes no tempo, mas que se encontram

“(…) num momento decisivo para a história da humanidade.”

a construção da Torre de Babel.

Na primeira parte, João Leal presenteia-nos com a história de Rodrigo e Jorge, um thriller policial recheado de mistérios, suspense e sangue. O percurso destes dois “amigos” é impressionante, perante as dificuldades de viver no orfanato de S. João e sem dúvida, a existência de um passado tão trágico, que marca profundamente as suas vidas. É nesta parte da narrativa que podemos descobrir o mistério do famoso Alçapão e também a função determinante para a humanidade, que os ligará á restante narrativa.

Na restante narrativa, conhecemos a história da ilha de Lothar, supostamente

“os únicos sobreviventes do Grande Dilúvio.”

é nesta narrativa que acompanhamos Ezequiel e Enos numa tremenda aventura, que de pista a pista nos encaminhará até ao tão aguardado final, ao encontro das duas narrativas.

O encontro das duas narrativas, é elaborado de uma forma muito inteligente e bastante astuta, o que nada me surpreendeu, perante a exposição espantosa de conhecimentos que este autor demonstrou no decorrer das narrativas.

De forma mais técnica, achei a escrita muito fluida e muito simples. Esta obra está organizada de forma impressionante, que só demonstra o trabalho espantoso deste autor.

É impossível para mim, descrever de forma precisa todo o conteúdo desta obra, não por não o saber fazer, mas por haver uma sequencia muito própria no desenvolvimento destas narrativas. È uma obra para se ler com calma, saboreando-se, mas que o contributo da acção faz com que se leia num sopro.

Tinha muitas expectativas nesta leitura e sem dúvida que foi uma leitura fantástica. João Leal está de parabéns!!

Espero ansiosa por novidades…

Sobre o autor

João Leal nasceu em Lisboa em 1973.

Estudou Teologia, curso que deixou incompleto.

É livreiro desde 1997. Entre 2003 e 2005 manteve o blog Bicho Escala Estantes.

É casado, tem duas filhas e mora na vila de Sintra.

Alçapão é o seu primeiro romance.

O seu espaço

terça-feira, 14 de junho de 2011

DE UMA SÓ SORTE - Tiago Gonçalves

Sinopse

Presa num mundo sem profundidade, a visão de Manuela não alcançava para além do seu campo. Isolada do seu pensamento e ambição, a sua vida poderia resumir a um eterno movimento circular, constantemente voltando ao ponto de partida, quando parecia estar prestes a escalar as paredes que restringiam a sua vida.

Sem ambição que gerasse qualquer opção, a vida era simples e resumida, não fossem os acontecimentos do seu mundo serem bem maiores do que o espaço ao qual se restringia. Espaço e mundo no qual ninguém queria entrar.

Esta obra abre, para si, as portas deste mundo.

Opinião

Este livro foi uma surpresa principalmente pelo tema que é abordado no mesmo e pelo meio onde é descrita a acção. Não se pode considerar um romance puro, aliás, parece-me tudo menos um romance, é sim a descrição da vida de uma mulher simples, do mundo rural, que em toda a sua vida não foi muito bafejada pela sorte.

O autor, apesar das constantes alterações no tempo ao longo da narração, conta-nos a história de Manuela e do seu triste fado de mulher do campo, o seu casamento, os seus filhos, etc. O autor extrapola algumas vezes deste pequeno mundo rural para com o resto da sociedade, e deixa a entender (aos mais sensíveis e perpicazes) algumas analogias de como seriam certas situações na vida de uma outra pessoa com outra vida que não a desta simples camponesa.

O livro é organizado em capítulos bastante pequenos de escrita rápida e simples. A leitura é feita de forma bastante intuitiva e a linguagem é de bastante fácil entendimento. Na minha opinião, peca apenas por não esclarecer algumas questões relacionadas com o destino de algumas personagens, mas penso que o objectivo deste livro é passar uma mensagem especifica e não propriamente de contar a história da vida de alguém.

Parabéns ao autor por ter escolhido esta realidade tão poucas vezes usadas pelos seus colegas e nela ter conseguido encaixar uma análise de alguns conceitos que passam em vão ao lado da sociedade em geral.

Sobre o Autor

Nascido a 3 de Junho de 1986, Tiago Gonçalves sempre teve como berço a cidade do Porto. Nasceu, cresceu no Porto, numa rua histórica, que o ajudaria na sua educação humilde e simples, mas sempre de horizontes abertos para outras realidades. O gosto pela literatura vêm desde a sua infância, crescendo progressivamente à medida que os anos avançavam.

Licenciando-se em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o seu sentido critico e analítico é sinonimo de uma constante evolução ao longo de toda a sua vida, até ao ponto de chegada. A instrução académica seria o complemento para a sua própria aprendizagem, curiosidade e constante vontade de conhecer, aprender e pensar. Em Novembro de 2010, lançou o seu primeiro livro, um conto, intitulado "De Uma Só Sorte" pela editora Edita-me. O segundo livro, uma novela, tem lançamento previsto para o último terço de 2011.

Os seus Espaços

         

sexta-feira, 10 de junho de 2011

VOZES SILENCIOSAS – Torey Hayden

Sinopse

Torey Hayden é sobretudo conhecida por sustentar o argumento dos seus livros em casos verídicos, num registo de não-ficção que desafia os leitores a mergulharem num universo real. Em Vozes Silenciosas, a autora americana traz-nos um romance, o seu primeiro publicado em Portugal, sobre uma família disfuncional, uma criança diagnosticada como autista e os esforços de um psiquiatra para os ajudar. Quando Conor, de nove anos, chega ao consultório do pedopsiquiatra James Innes, traz já com ele o diagnóstico de autismo. Conor não estabelece contacto visual e filtra o que o rodeia através de um gato de brinquedo, repetindo a frase «o gato sabe». Mundialmente conhecida pelos seus bestsellersbaseados nas suas experiências profissionais, Torey Hayden apresenta agora um romance inesquecível sobre o que acontece quando a realidade e a imaginação se confundem.

Opinião

Desde já quero agradecer ao blog Clorofórmio do Espírito e á Editorial Presença, por esta oferta maravilhosa.

Ter ganho este livro no passatempo realizado no blog Clorofórmio do Espírito, possibilitou uma estreia com esta autora. De facto no meu percurso literário, nunca me cruzei com nenhum dos seus livros, mas depois desta leitura não ficarei certamente só por esta experiencia.

Durante uma semana fiquei completamente absorvida e envolvida nesta narrativa, repleta de muitos segredos e mistérios.

Inicialmente, pensava que a história se centrava somente em Conor, a criança aparentemente com autismo, a que a sinopse se refere. Contudo, por detrás desta criança, existe uma família que em muito contribuiu para que o seu destino assim fosse traçado. Principalmente a mãe, cuja imaginação ou não, me cativou por completo no decorrer desta narrativa. As suas histórias e testemunhos enriquecem este livro, são eles que sem dúvida contribuem para que se torne uma obra única e original. É uma personagem fundamental, mesmo no que refere ao final, que para mim foi surpreendente. Por mais que puxasse pela cabeça, não iria acertar num final assim tão intenso.

Em termos mais técnicos, acho que a obra está muito bem organizada, a escrita não poderia ser mais simples e fluida.

Recomendo sem dúvida.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

LONGE DO MEU CORAÇÃO – Júlio Magalhães

Sinopse

Joaquim não queria acreditar no que os seus olhos viam. Tinha saído a salto de Portugal, viajado apertado em camionetas de gado, andado quilómetros e quilómetros a pé, à chuva e à neve, quase tinha perdido a vida nos Pirenéus e agora estava ali. Na capital portuguesa em França. O sítio onde, todos lhe garantiam, podia enriquecer e concretizar os seus sonhos. Mas o que via era um bairro de lata. Sentia os pés enterrarem-se na lama. Olhava para as barracas miseráveis e para os fardos de palha que faziam as vezes de uma cama. Mas, Joaquim não estava disposto a baixar os braços. Em Longe do meu Coração retrata com mestria e realismo, o quotidiano dos portugueses que partiram em busca de uma vida melhor, sonhando um dia regressar ricos à terra que os viu partir pobres. Para Joaquim, Portugal estava longe. Era ali, em França, na terra que lhe dava de comer, que queria vingar, que prometia, à força do seu trabalho, derrubar fronteiras e preconceitos. O plano estava traçado. Iria abrir uma empresa de construção, com o seu amigo Albano, enriquecer e, depois de ter casa montada com carro com emblema no capô, estacionado à porta, iria pedir a mão da sua Françoise, a professora de Francês que lhe abriu o mundo das letras e do amor. Mas, cedo Joaquim vai descobrir que há barreiras difíceis de ultrapassar.

Opinião
Depois da minha má experiência com um dos livros da Fátima Lopes, foi a medo que peguei num novo livro escrito por uma figura pública.

A facilidade de edição e o impacto social que as obras escritas por estas figuras públicas têm, fazem-me duvidar das suas capacidades para a escrita. Foi exactamente isso que me aconteceu, na leitura de “Amar Depois de Amar-te”.

O que é certo, é que fiquei impressionada com este autor. Com a sua cultura, com a sua dedicação neste trabalho de pesquisa, baseado em testemunhos, inclusive fotográficos, que não só inspiraram como enriqueceram esta obra.

Explorando um tema marcante da história nacional…

“(…) um tema fundamental que, acredito, marcou o século, a cultura e o nosso povo para sempre: a emigração para França nos anos 60.”

,que pouco ou nenhum conhecimento tinha, e que tanto fiquei a conhecer.

Neste livro, Júlio Magalhães conta a história de Joaquim, um dos

“(…) milhares que saltaram a fronteira rumo a um futuro melhor. Para fugir a uma guerra colonial, sempre presente numa determinada geração de portugueses. À procura de trabalho, de comida, de uma oportunidade, de realizar um sonho numa terra distante, longe de Portugal.”

Uma história muito tocante e cheia de coragem, de um Homem que lutou pelo seu futuro longe da sua terra, ultrapassando obstáculos extremamente duros, perigosos e até fatais para alguns. Um puro instinto de sobrevivência, face ás dificuldades que se faziam sentir nessa época, sobretudo para ajudar a sua família.

Ao ler a descrição que este autor fez do país naquela época, provocou em mim uma sensação de déja vu, tal eram as semelhanças em relação ao estado actual.

Bem, passando á frente, senão tenho pano para mangas!!

Em relação á escrita é muito simples e fluida, lê-se extremamente bem. Posso dizer mesmo que li o livro num ápice. Sem dúvida que a história em si ajudou, mas a organização da narrativa e a escrita deste autor, tiveram um papel importante.

Conclusão, fiquei fã e já coloquei os seus dois primeiros livros na minha lista de desejos. Próximas compras: “Os Retornados” e “Um Amor em Tempos de Guerra”.

Recomendo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

MAGIA AO VENTO – Christine Feehan

Sinopse

A Sarah voltou para casa. Desde que Damon Wilder procurou refúgio em Sea Haven ouve-se o mesmo boato passar de boca em boca de quase todos os habitantes da pacata vila costeira. Até o vento parece murmurar o nome dela - um devaneio tão sugestivo que leva o curioso Damon até à casa da falésia de Sarah, onde procura o seu abrigo.

Mas Damon não chegou sozinho. Foi seguido por alguém até Sea Haven. Alguém que rodeia as sombras da casa Drake, onde Sarah esconde os seus próprios segredos. O perigo ameaça os dois - tal como o desejo mais premente que alguma vez sentiram - e está a apenas um sussurro de distância.

Opinião

Não conhecia, nem nunca tinha lido nada de Christine Feehan, foi estreia absoluta. Daí, não saber bem o que esperar desta leitura. Uma coisa sabia, que Christine Feehan é mestre na escrita de romances sobrenaturais, o que me deixou um pouco insegura. De facto, o sobrenatural nem de perto nem de longe, é o meu género literário preferido.

O que é certo é que gostei desta leitura, mas tenho de admitir que não me fascinou o suficiente.

A narrativa desenrola-se relativamente depressa, num sopro mesmo. Não deu tempo para que me envolvesse muito na história. Na minha opinião é uma história não muito mágica, mas mais do género policial. Existe sim algo mágico, mas sem dúvida, são os factos que sobressaem mais. Acho que este é o ponto menos positivo que encontrei neste livro, a rapidez com que se desenrola.

O que mais gostei foi o romance entre Sarah e Damon. Este romance que cresce e se fortalece, tendo como pano de fundo a vila de Sea Haven. Uma vila misteriosa, repleta de personagens interessantes.

Também gostei da história mística que envolve a família Drake, ou seja, a família de Sarah. A autora desenvolve este ponto de forma muito vaga, mas despertou na mesma em mim uma grande curiosidade.

O final, como devem compreender, soube a pouco. Gostava de ter lido mais, saber mais.

Quando cheguei às dez páginas finais pensei: Como é que a autora vai terminar esta história? Falta tão pouco para acabar o livro!! Das duas uma, ou vai haver uma reviravolta, mas não sei como a tão pouco do fim, ou então já estou a ver como vai acabar.

Pois, não foi muito emocionante, foi previsível.

Em relação á sua escrita, adorei, muito simples e bastante fluida.

Conclusão. Não sei se é como a autora escreve, se é da história em si, mas que existe algo no livro que nos “agarra”, existe.