segunda-feira, 25 de julho de 2011

O DIA QUE FALTAVA – Fabio Volo

Sinopse

Durante cerca de dois meses, Giacomo e Michela encontram-se todos os dias de manhã no eléctrico, a caminho do trabalho. Não se falam, apenas trocam olhares, mas para Giacomo esse momento transforma-se rapidamente no mais importante do dia. Até que uma manhã, sem que nada o previsse, Michela aborda-o e convida-o para tomar café, somente para lhe dizer que vai partir para Nova Iorque e não se vão voltar a ver. Mas quanto tempo resistirá Giacomo a correr atrás de um sonho? Um romance que reflecte sobre os desafios do amor, da amizade e dos sonhos, e que se tornou um bestseller em Itália.
Opinião
Mais uma estreia, mais uma surpresa.
Existe enumeras opiniões positivas dos livros deste autor, portanto foi com uma grande expectativa que iniciei esta leitura.
Chegando ao seu final, só posso concluir uma coisa, adorei!!
Um romance excelente para levar nas férias.
Caracterizo-o de fresco e leve. Fresco, na medida em que expressa um lado muito moderno, leve porque tem uma componente de reflexão suave, misturada com algum humor. Todos estes factores, contribuem sem duvida para o excelente resultado final que nos é apresentado.
Acompanhar o Giacomo nesta viagem, foi fantástico. Tal como a sinopse refere, esta personagem deparasse ao longo da narrativa com vários desafios, de todos, o mais importante sem dúvida foi o do Amor. Um desafio proposto por Michela, ao qual Giacomo decide jogar, não sabendo ao certo as consequências que vai provocar na sua vida.
“Se alguém soubesse o que andamos a fazer durante estes dias, pensaria que teremos de ser internados no serviço de neurologia.”
Mas quem irá ganhar??
“A vida não é o que nos acontece, mas aquilo que fazemos com o que nos acontece…”
Hummm….não vou revelar. Para saber, têm mesmo de o ler. O que não é difícil, com esta escrita tão fluida e simples, lê-se de um só fôlego mesmo. Um momento de leitura bem agradável!!
Agora, desejosa para ler o seu novo livro.
Recomendo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

NUNCA TE ESQUECI – Michael Baron

Sinopse

Hugh Penders viveu num estado de apatia durante quase uma década, desde que o seu irmão Chase morreu num acidente de viação. Transporta no íntimo dois segredos que nunca foi capaz de partilhar com ninguém: acredita que poderia ter sido capaz de evitar o acidente e está profundamente apaixonado por Iris, a namorada de Chase.

Quando o pai de Hugh sofre um grave ataque cardíaco, Hugh tem de regressar à sua casa em Nova Inglaterra, de onde andara a fugir nos últimos dez anos. Um dia, encontra Iris - que se mudara havia muito tempo - na rua. Iniciam uma amizade e Hugh acredita que está a apaixonar-se novamente por ela.

Contudo, o fantasma de Chase paira sobre ambos. E, quando cada um deles revela uma verdade que o outro desconhecia, as suas vidas, a perspectiva que tinham de Chase, e as suas oportunidades de um futuro conjunto mudarão para sempre.

Imbuído da força do desejo e do impacte da perda, Nunca te Esqueci é uma narrativa comovente e romântica que emocionará profundamente o leitor.

Opinião

A editora Quinta Essência, surpreende-me cada vez mais. As obras que tem apresentado até agora, são dotadas não de uma quinta essência, mas de uma essência completamente única. Aquela que nos envolve profundamente e mexe connosco, tal como esta obra.

Li o primeiro livro de Michael Baron, “Ficarei à Tua Espera”. Um livro maravilhoso que me deixou encantada, mas após esta leitura, estou completamente rendida a este autor e á sua escrita.

São enumeras as particularidades que gosto neste autor, o facto de ser homem e escrever histórias de amor desta forma, é uma delas. Mas também me impressiona a forma como as escreveu, atrevo-me a dizer que mostra muito de si, é uma escrita muito pessoal, que tem o dom de nos aproximar e até nos fazer identificar com ela. É uma relação de proximidade única com a história!!

Michael Baron conta-nos a história de Hugh, uma personagem espectacular, sem dúvida a essência e o brilho original desta narrativa. Foi com o seu crescimento interior e a sua afirmação, que aprendi muito ao longo desta narrativa.

A morte repentina do seu irmão Chase foi um marco nesta história, mas o impacto que esta teve na vida de todos e principalmente na de Hugh, teve um peso ainda maior.

“Ouvi dizer que, por vezes, o desgosto serve para unir famílias, mas não tinha essa experiência. Nunca me senti tão desprendido na vida como nos meses que se seguiram ao acidente.”

De qualquer das formas, devido á doença do seu pai, Hugh foi “obrigado” a voltar a um cenário antigo, do qual efectivamente queria fugir. Mas esse cenário é uma mistura do passado com o futuro, porque é nele que residem muitas recordações, mas também é nele que Hugh vai descobrir muitas respostas. Respostas que mudam o rumo da sua vida!!

Principalmente quando encontra Iris, a antiga namorada do seu irmão. É nesta amizade que vai buscar força, mas é nesta amizade que também prevalecem grande parte das memórias do seu irmão.

“Penso nele constantemente, encontro recordações a toda a hora, tenho-o sempre em mente. Raramente me sai da cabeça.”

Qual será o futuro desta relação de amizade? Será impossível??

“Contudo, havíamos desenvolvido um presente tão significativo que o passado se tornara um pouco difuso.”

Não vou desvendar nada a respeito da relação deles, para não quebrar a magia. Só mesmo lendo…

Houve um sentimento que me tocou particularmente, o sentimento de culpa que Hugh carrega dentro de si. É difícil relacionar um acto inesperado, com a imagem de uma pessoa que nos é querida e da qual temos uma imagem perfeita, mas nem tudo o que é parece.

Em termos mais técnicos, trata-se de uma obra muito bem organizada. Dotada de uma escrita simples e fluida, típica deste autor.

Estou ansiosa por ler o seu novo romance, “The Journey Home”.

Recomendo.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

A MANHÃ DO MUNDO – Pedro Guilherme-Moreira

Sinopse

No dia 12 de Setembro de 2001, Ayda encontrou-se com Teresa num café de Allentown e, com o jornal aberto sobre a mesa, foi implacável com os que tinham saltado das Torres Gémeas, chamando-lhes cobardes; mas não disse à amiga que, na verdade, o que sentia era outra coisa, uma grande frustração por o marido e o filho a terem abandonado e rumado a Nova Iorque num momento em que ela se recusava a tomar a medicação e lhes tornava a vida um Inferno - e de não ter coragem de fazer o que esses tinham feito.

Entre os que saltaram, estavam Thea, Millard, Mark, Alice e Solomon - todos personagens fascinantes, com histórias de vida simultaneamente banais e extraordinárias -, que o acaso reuniu no 106.º piso da Torre Norte do World Trade Center naquela fatídica manhã. Se Ayda, por hipótese, conhecesse essas histórias e o drama que eles enfrentaram, decerto não os teria insultado tão levianamente. Mas poderá o destino dar-lhe uma oportunidade de rever a História?

Este é um romance admirável sobre o medo e a coragem, o desespero e a lucidez, a culpa e a expiação; mas é também um livro sobre Einstein e os universos paralelos, sobre o que foi e o que podia não ter sido. No décimo aniversário do 11 de Setembro, a memória não basta, é preciso combater o esquecimento indo para junto dos heróis que viveram o horror e compreender cada um dos seus actos - se necessário, saltar com eles, conhecer aquela que foi a manhã do Mundo.

Opinião

Não me canso de referir que, de cada vez que leio uma obra de um autor nacional, fico cada vez mais impressionada. Esta não foi excepção: estou encantada com esta estreia de Pedro Guilherme-Moreira.

Foi um livro que me despertou desde o inicio muita curiosidade. Por isso, registei-o na minha lista de desejos. Mas a brilhante opinião do blog PlanetaMarcia, destacou-o dos demais e acabei por ficar com uma vontade incontrolável de o adquirir.

Por incrível que pareça, adquiri-o de uma forma muito caricata. Numa das minhas idas à feira das velharias, deparei-me com um exemplar e não pensei duas vezes. Até começar esta leitura, fui perseguida por ele. Tudo o que via na internet tinha directa ou indirectamente a ver com ele. Portanto, tinha mesmo de o ler. Será mágico??

Se é mágico ou não, não sei, mas de uma coisa tenho a certeza: tal como as personagens desta obra, também ele teve direito a uma segunda oportunidade e fico muito feliz que tenha sido eu a escolhida para ditar o seu destino.

Pedro Guilherme-Moreira, apresenta-nos “uma obra de ficção apoiada numa base factual e verdadeira.” Uma autêntica obra de arte, cuja essência se baseia na conjugação da Teoria de Einstein com a fatídica manhã do 11 de Setembro, aquela manhã onde “o mundo assistia incrédulo a um dos piores atentados da sua história”, transmitindo de uma forma brilhante e quase palpável todos os sentimentos e emoções que envolveram este acontecimento marcante.

Sei que alguns, só por causa de este livro abordar o tema do 11 de Setembro, nem se atreveram a dar o beneficio da dúvida. Tenho muita pena que assim seja, pois:

“Ainda hoje meio mundo tenta esconder de outro meio essas centenas de heróis que merecem que a sua história e o sentido dos seus actos sejam contados e objecto de reflexão.”, e o autor Pedro fez desta narrativa uma homenagem mais do que merecida a estes heróis. A todos aqueles que se encontravam dentro do World Trade Center, como também a todos aqueles que a ele se dirigiam no intuito de os salvar. Senti esta profunda homenagem, sobretudo perante todos os que decidiram por fim às suas vidas, saltando das torres. Para mim, que assisti a toda esta tragédia através da televisão e na internet, não passava de uma imagem. Após ter lido esta obra, dei por mim a rever as mesmas fotografias com outros olhos: faltava-me o sentimento, e foi no decorrer desta narrativa que o encontrei…

“Tudo soa a fábula, trilho fantástico de palavras para compor uma declaração de seres superiores soprada ao ouvido dos lamentáveis cépticos. Os que duvidam de que os saltos são feitos de coragem. Os que estão certos de que saltar é desistir. Os que duvidam de que abandonar pode ser um acto nobre. Os que estão certos de que escolher morrer é desrespeitar quem fica.”

A morte…Não é fácil tocar neste tema, mas ele existe. Como existem muitos leitores que preferem outros livros, talvez porque “O homem olha sempre a morte dos outros com receio da sua.”

Quando falamos no 11 de Setembro então, não existe forma de contornar a questão encararmos esta realidade tão dura. Mas Pedro Guilherme-Moreira dá uma perspectiva bem diferente desta realidade: a segunda oportunidade.

“São os mesmos da primeira oportunidade e, contudo, nesta segunda, algo os inscreve de forma distinta nos favos da colmeia humana. (…)Somos gente e, por sermos gente, somos por natureza contraditórios. Se nos ensinaram que o carácter residente não se eclipsa, como podem os heróis de um momento ser os cobardes do seguinte? (…)Nenhum deles tinha tido essa atitude na primeira oportunidade. Vamos ao fundo de nós. A história regista heróis como foram construídos pelo povo. Somos o que somos, ou somos a circunstancia de nós próprios? Somos o que não somos ou somos a circunstancia dos outros?”

Sem dúvida um toque de mestria, que marcou profundamente esta narrativa. É fenomenal poder acompanhar as personagens nestas duas partes distintas. Fica-se com uma noção perfeita das relações humanas existentes e o impacto que elas têm sobre esta história. Fantástico…

De forma mais técnica, o livro está muito bem organizado, escrito de uma forma muito simples, genuína e sentida. Cheguei mesmo a arrepiar-me.

Não posso deixar de focar um toque genial, e ao mesmo tempo subtil, deste autor. Esta história contém muitas personagens. No entanto, soube sempre exactamente quem eram, porque, de uma forma muito graciosa, este autor foi sempre enquadrando cada uma na história.

Desde que comecei com o projecto do Prazer da Leitura, não me lembro de ter tido tanta dificuldade em escrever uma opinião. É difícil exprimir sentimentos…

“Às nove horas em ponto desse dia, ninguém em Nova Iorque sabia que o mundo nunca mais voltaria a ser o mesmo.”



Espaço do Livro

http://amanhadomundo.blogspot.com/

Sobre o autor

Nascido no Porto no Verão de 1969, chegou com 7 anos às mãos da professora Laura sem saber fazer contas de dividir; ela ensinou-o e ele pagou-lhe com uma fábula. Aos 11, entre rapazes de 16 e 17, empatou o primeiro lugar dos jogos florais da escola com um rapaz de 12, hoje um conhecido político. Aos 13, perdeu para o mesmo menino, mas levou o 2.º e o 3.º prémios. Aos 16, ganhou (finalmente sozinho), porque o menino político entrou na Universidade. No ano seguinte entrou ele, na de Coimbra, e andou com Torga no trólei 3, mas nunca se falaram. Profissionalmente, foi dos primeiros advogados a ganhar o Prémio Lopes Cardoso, com um artigo publicado, primeiro, na prestigiada Revista da Ordem dos Advogados e, depois, em livro. Aos 25, decidiu publicar apenas aos 40, porque queria saber, e escrever, mais. A Manhã do Mundo aparece a meio do seu «dia», sendo o primeiro romance que publica.

Espaços do Autor

http://ignorancia.blogspot.com/

http://www.facebook.com/pguilhermemoreira

terça-feira, 5 de julho de 2011

ESTARÁS SEMPRE COMIGO – Anna McPartlin

Sinopse

Emma tem vinte e seis anos - bonita, inteligente, feliz e vive com o namorado de infância, John, num agradável apartamento em Dublin. O seu maior problema é a mãe não parar de insistir para que se casem já. Emma e John sentem-se o casal perfeito, com um futuro cheio de possibilidades. Mas, de repente, John morre num terrível acidente, e Emma mergulha no desespero. Amava-o mais do que à própria vida - e agora a morte tirou-lho.

À medida que emerge da dor, Emma tem de encontrar uma nova forma de viver, e os amigos leais unem-se para tentar ajudar. Clodagh, amiga de sempre de Emma, com quem ela partilhou tudo, desde bolos de lama a namoros desastrosos. Anne e Richard, mais ou menos bem casados e a debaterem uma mudança para o campo. O irmão de Emma, Noel, o jovem padre católico que vê a sua própria fé testada enquanto tenta confortar Emma. Seán, o belo mau rapaz das mil e uma namoradas, desconfortavelmente ciente da sua crescente ligação a Emma.

De forma espirituosa, mordaz e, às vezes simplesmente chocante, Emma documenta as histórias dos amigos e a sua própria recuperação da dor com uma franqueza que envolve o leitor desde a primeira página.

Opinião

Este livro era extremamente desejado, e foi com alguma sorte, que o ganhei numa das muitas iniciativas que a Quinta Essência realizou para os seus leitores.

Á Quinta Essência, um muito obrigada!!

Nunca tinha lido um livro que em tão poucas páginas, expressasse tantas emoções. A fazer esta opinião á flor da pele, é impossível nomear todas elas, mas posso dizer que com ele chorei, sofri, ri e sonhei.

O tema por ele explorado é para mim demasiado familiar, por isso foi de uma forma completamente incondicional que acabei por tanto me identificar com esta.

“A dor torna-nos quem somos, ensina-nos e doma-nos, pode destruir e pode salvar.”

Por ter esta vertente tão particular, acompanhei de perto a Emma num caminho que tanto me foi comum e desejei alcançar o maravilhoso desfecho da sua história. Um desfecho surpreendente que me deixou á beira das lágrimas. Porque, para além do contacto com uma realidade tão dura que é a morte, temos o prazer de presenciar o milagre da vida.

Achei fantástico, como esta autora nos apresenta um tema tão sensível, de forma tão profunda, mas igualmente divertida. É notório o positivismo transmitido, que reflecte sem dúvida a atitude que esta autora teve de adoptar perante a sua própria experiencia, para conseguir alcançar a “capacidade de sobrevivência necessária para superar os desgostos da vida.”

Perante uma história tão brilhante, custa-me referir pormenores mais técnicos, pois são neste caso totalmente secundários. Mesmo assim, abstraindo-me do transe que me encontrei no decorrer desta leitura, posso indicar que a escrita é fluida e que a estrutura desta obra está muito bem organizada.

Recomendo vivamente!!