quarta-feira, 15 de junho de 2011

ALÇAPÃO – João Leal

Sinopse

Quando Rodrigo chega a S. João, percebe que vai ter de crescer depressa se quiser sobreviver ao violento código que rege a vida dos órfãos. A aparição de um novo e pouco ortodoxo padre traz-lhe uma visão de esperança que promete mudar tudo. Mas uma maldição familiar emerge do passado. Uma série de assassínios brutais vai arrastá-lo, a ele e a Jorge, o seu único amigo, para um lugar sobrenatural escondido atrás de um misterioso alçapão. Há séculos à deriva, os habitantes de Lothar, a ilha flutuante, pensam que são os únicos sobreviventes do Grande Dilúvio. No centro da ilha, numa árvore gigantesca, vive um anjo caído que é o seu deus. Um acontecimento, contudo, vai agitar o quotidiano e levar a que dois deles decidam partir.

João Leal, nesta sua homenagem plena de imaginação às histórias de aventuras, faz com que as duas narrativas, tão distantes no tempo, se encontrem num momento decisivo para a história da humanidade.



 


Opinião

Quando vi este livro pela primeira vez, sabia que o tinha de comprar. Foi por diversos motivos que o fiz, entre eles: a sinopse e a capa, mas sobretudo por se tratar de um autor português. Uma iniciativa maravilhosa da Quetzal, na descoberta e afirmação novos autores nacionais.

Desde já quero pedir desculpa ao autor João Leal, pela a minha humilde opinião e consequente avaliação, perante um trabalho de uma mestria inigualável. Atrevo-me a dizer que não sou a pessoa indicada, para dar o valor merecido a esta obra.

Neste livro, deparamo-nos com duas narrativas distintas e bem distantes no tempo, mas que se encontram

“(…) num momento decisivo para a história da humanidade.”

a construção da Torre de Babel.

Na primeira parte, João Leal presenteia-nos com a história de Rodrigo e Jorge, um thriller policial recheado de mistérios, suspense e sangue. O percurso destes dois “amigos” é impressionante, perante as dificuldades de viver no orfanato de S. João e sem dúvida, a existência de um passado tão trágico, que marca profundamente as suas vidas. É nesta parte da narrativa que podemos descobrir o mistério do famoso Alçapão e também a função determinante para a humanidade, que os ligará á restante narrativa.

Na restante narrativa, conhecemos a história da ilha de Lothar, supostamente

“os únicos sobreviventes do Grande Dilúvio.”

é nesta narrativa que acompanhamos Ezequiel e Enos numa tremenda aventura, que de pista a pista nos encaminhará até ao tão aguardado final, ao encontro das duas narrativas.

O encontro das duas narrativas, é elaborado de uma forma muito inteligente e bastante astuta, o que nada me surpreendeu, perante a exposição espantosa de conhecimentos que este autor demonstrou no decorrer das narrativas.

De forma mais técnica, achei a escrita muito fluida e muito simples. Esta obra está organizada de forma impressionante, que só demonstra o trabalho espantoso deste autor.

É impossível para mim, descrever de forma precisa todo o conteúdo desta obra, não por não o saber fazer, mas por haver uma sequencia muito própria no desenvolvimento destas narrativas. È uma obra para se ler com calma, saboreando-se, mas que o contributo da acção faz com que se leia num sopro.

Tinha muitas expectativas nesta leitura e sem dúvida que foi uma leitura fantástica. João Leal está de parabéns!!

Espero ansiosa por novidades…

Sobre o autor

João Leal nasceu em Lisboa em 1973.

Estudou Teologia, curso que deixou incompleto.

É livreiro desde 1997. Entre 2003 e 2005 manteve o blog Bicho Escala Estantes.

É casado, tem duas filhas e mora na vila de Sintra.

Alçapão é o seu primeiro romance.

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