segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

JÁ NÃO SE FAZEM HOMENS COMO ANTIGAMENTE – Vários

Sinopse

Lá diz o povo que rir é o melhor remédio. E que a brincar se dizem as coisas sérias. E também as patetices, se tudo correr pelo melhor. Este livro levanta assim questões fundamentais para o futuro da humanidade: Os velhotes não deveriam ter o Viagra comparticipado pelo SNS? Se as pessoas das relações virtuais fossem assim tão interessantes estariam mesmo nos chats? Não seria já altura de perdermos a vergonha e abastecermos a nossa despensa de artigos da Sex Shop? Estas histórias falam sobre o prato principal, o Amor, isso é garantido! Mas com o acompanhamento de outros sabores como a ilusão, a obsessão, ou a tão portuguesa saudade, num registo humorístico, sentimental e despretensioso.
Opinião 
Este livro foi escrito por quatro autores, a saber, Daniela Pereira, João Pedro Duarte, Miguel Almeida e Pedro Miguel Rocha, todos eles com registos próprios na sua escrita.
É um livro que marca sobretudo pela irreverência e pela atitude apresentada na exposição de cada história por parte dos autores, sem tabus, onde as personagens são obrigadas a verem-se elas próprias envolvidas em situações um pouco constrangedoras.
No fundo, cada uma das histórias pretende mostrar, de uma forma diferente e divertida, a complexidade das relações humanas, as reacções de cada um e as diferenças contextuais entre o presente e o passado. Histórias que nos tocam e nos põem a pensar.
Os contos são extremamente bem pensados, se bem que num deles, por se tratar de um ensaio para peça de teatro, tive um pouco de dificuldade em captar a sua mensagem. No entanto, a verdadeira essência do livro não se perde, dado que a leitura deste conto depende muito do gosto que se tem por este estilo de escrita.
Na generalidade, o livro consegue transmitir a mensagem pretendida, de uma maneira bastante subtil e capaz de deixar qualquer um a pensar, deixando o leitor preso às histórias e alertando para situações que possivelmente já lhe tenham passado na ideia.
Já não se fazem homens como antigamente é, na minha opinião, um título muito bem escolhido, pois pretende não menosprezar os homens dos dias de hoje, mas sim dar a entender que em tempos passados viveram homens que deixaram marca na forma como viam o mundo e encaravam o dia-a-dia.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

OS EXPLORADORES EM ACÇÃO – Marina Santos

Sinopse

“Os Exploradores em Acção”, de Marina Santos e com ilustrações de Filipa Cabral, surge no seguimento do primeiro volume da colecção “Clube dos Exploradores”.

Na bonita vila azul da Ericeira, alguma coisa perturba a alegria da quadra do Natal: uma criança que precisa de ajuda e um grupo de assaltantes rondando.

Opinião

Este livro foi oferecido pela Alfarroba Edições, que mais uma vez apoiou o Prazer da Leitura na continuação do trabalho desenvolvido na divulgação de livros e mais em concreto, autores nacionais.

Após a leitura do primeiro volume desta colecção, não poderia estar mais surpreendida. A evolução que detectei de um volume para o outro é impressionante.

Este segundo volume é “fabulástico”.

Perguntam vocês. Que tipo de termo é este? Será que vem no dicionário? Não vem no dicionário, é linguagem de Explorador para Explorador.

Tinha referido na opinião do primeiro volume, “O Clube dos Exploradores”, que a escritora Marina Santos dava no decorrer da narrativa alguns conselhos, algumas lições e que aproximavam este livro, de um livro infanto-juvenil. De facto, neste segundo volume esta característica é mais notável, mas atrevo-me a dizer que é para mim uma qualidade que distingue esta colecção das que estamos habituados a ver e as quais todos conhecemos.

É tão importante oferecer uma boa leitura aos nossos jovens, como é o facto de estes poderem retirar delas lições importantes. Numa sociedade em que os mais novos quase não sabem o que é um livro, a não ser os livros da escola, é essencial que estes tenham todas as qualidades necessárias para despontar o prazer pela leitura. Esta colecção tem isso mesmo, acho que tem o poder de colocar algumas PlayStations de férias.

Posso dizer que neste volume, os Exploradores nas suas férias de Natal, deparam-se com várias situações, muitos mistérios e claro muita acção. Temos pontos de grande referência, tais como, maus tratos infantis, a importância do acto de dar sangue e a separação.

Apesar do tipo de temas, esta escritora expõem estas situações de forma suave, nada de grandes dramatismos e excessos. Tive a felicidade de falar um pouco com a escritora Marina Santos e disse-lhe que era filha de pais separados, quando era mais nova tinha muitas dúvidas e medos. Nesta história temos um contacto com esta realidade, mas esta escritora mostra o que de bom podemos tirar de uma situação que por si é má. Este é o exemplo de como a realidade é trabalhada nestes livros e das lições de deles podemos tirar, tais como: A separação não é um corte de laços afectivos, para alguns é o inicio de novas relações.

Não poderia deixar de elogiar mais uma vez o trabalho fantástico da Filipa Cabral, as ilustrações são maravilhosas.

Recomendo vivamente este livro. Se a minha avó fosse viva e eu fosse um pouco mais nova, decerto me iria comprar estes livros para eu ler e lhe fazer num serão o resumo da história (só mesmo para garantir que o tinha lido). Iria ser muito divertido…

Agora espero ansiosa por novidades!!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O CLUBE DOS EXPLORADORES – Marina Santos

Sinopse

“O Clube dos Exploradores”, de Marina Santos e com ilustrações de Filipa Cabral, é uma história sobre um grupo de sete jovens. Pretende ser o primeiro livro de uma saga de mistério, aventura e amizade.
Destacam-se as características educacionais deste livro, pontuadas nas acções dos seus protagonistas. O jovem leitor terá oportunidade de se identificar com estes heróis, viver as suas histórias e os locais onde a acção de desenrola.
Opinião
Este livro foi oferecido pela Alfarroba Edições, que mais uma vez apoiou o Prazer da Leitura na continuação do trabalho desenvolvido na divulgação de livros e mais em concreto, autores nacionais.
Adorei esta leitura.
Apesar de se tratar de um livro infanto-juvenil, para quem gosta deste tipo de leitura, não tem qualquer importância. É uma aventura com uma escrita muito natural e não infanto-juvenil, sendo que os únicos pormenores em que esta se aproxima mais deste estilo, são alguns dos conselhos que a escritora Marina Santos nos vai dando no decorrer da narrativa. Conselhos de como havemos de agir perante algumas situações, como o sol, os estranhos, etc…nada que uma pessoa adulta terá a obrigação de saber.
O que é certo é que tinha imensas saudades de ler uma aventura como esta pois nela somos convidados e estimulados, para em conjunto com o grupo, desvendar mistérios e juntar pistas. Não era só este grupo que tirava as suas conclusões, fiquei tão absorvida nesta leitura que até eu já tinha os meus próprios suspeitos. Para o fim já sentia que fazia parte deste Clube de Exploradores, composto por : Fedra, Elsa, Miguel, Tiago, Rita, Patrícia, André, Joana e os seus cães, Marty e Gi.
O cenário não poderia ser mais bonito, a vila da Ericeira. No decorrer desta aventura temos a oportunidade de conhecer melhor não só esta terra maravilhosa, que foi a escolhida para as férias de Verão do grupo, mas também somos levados a passear por Lisboa e Peniche.
Outro aspecto que me fascinou nesta obra foram as ilustrações, um trabalho fantástico de Filipa Cabral. De forma muito simples, marca todos os capítulos com um desenho de uma personagem ou algo alusivo ao acontecimento.
Após a leitura deste primeiro volume da Colecção do Clube dos Exploradores, é quase inevitável não passar para a leitura do segundo volume e desejar que o terceiro chegue depressa.
Recomendo, aos miúdos e graúdos também.
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O ANO DO NEVOEIRO – Michelle Richmond

Sinopse

Uma mulher e uma criança passeiam na praia, numa fria manhã de Verão. O nevoeiro é tão denso que a visibilidade não ultrapassa alguns metros. A criança, irrequieta, solta-se por momentos da mão da mulher e não volta a ser vista. Fazem-se repetidas buscas, mas decorrem dias, semanas, meses e não se encontra rasto da menina desaparecida. Uma história pungente, escrita da perspectiva de uma mulher que, por uma desatenção de segundos, se torna responsável pelo desaparecimento da filha do homem que ama.

Opinião

Este livro encontrava-se há meses na minha lista de compras, cheguei mesmo a pensar que não o iria comprar, mas a Diana do blog Refúgio dos Livros alertou-me para uma oportunidade de compra e eu não a desperdicei. Obrigada Diana, ia fazer uma asneira daquelas, o livro é fascinante!!

Abby desvia apenas o seu olhar por uns segundos, no entanto foi o tempo suficiente para no meio da neblina densa que se fazia sentir, perder o rasto de Emma, filha do seu namorado Jake. No decorrer desta narrativa assistimos á procura incansável que esta mulher faz para a encontrar, uma luta contra o tempo, que linha após linha deixa o leitor completamente rendido.

Achei muito interessante as descrições que Michelle Richmond fez do mundo da fotografia e do mistério que é a mente humana. Apesar de, por vezes, ficar com a sensação que estes pequenos capítulos cortam um pouco a expectativa do que virá a seguir, é uma pesquisa notável e enriquecimento da nossa cultura geral.

O final foi uma surpresa para mim, não me refiro ao desfecho da história, mas á forma como o mesmo foi inserido nesta narrativa. Para mim é um final um pouco diferente ao qual estamos habituados, centrou-se mais no impacto que este desaparecimento teve sobre a vida de Abby, afinal é uma marca para toda a vida.

Um livro marcante, que não deixa que o leitor fique indiferente a este tema, escrito de uma forma simples e cativante.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

HISTÓRIAS PARA CONTAR CONSIGO – Margarida Fonseca Santos e Rita Vilela

Sinopse

Aceite o desafio e entre num jogo para vencer. No final de cada história as suas escolhas irão surpreendentemente mudar a sua vida.

Histórias para Contar Consigo é um livro ou um jogo?

A partir da experiência como terapeutas, Margarida Fonseca Santos e Rita Vilela escreveram estas metáforas que nos ajudam a crescer e a conhecer-nos a nós próprios.

O livro começa com uma história e no fim dessa história somos confrontados com uma pergunta e várias possibilidades de resposta. A partir daqui estamos por nossa conta. A escolha leva-nos a uma próxima história, uma nova pergunta e assim sucessivamente. No final teremos aprendido mais sobre nós.

Opinião

Esta obra não é um livro! Para mim foi um jogo e mais importante que isso, uma terapia.

Todo este jogo começa de forma muito simples, com um diálogo entre duas personagens, que vamos encontrando sempre no final de cada conto. O primeiro conto é comum a todos, afinal é o primeiro, no seu fim encontra-se uma pergunta com várias possibilidades de resposta, que conduzem a outros contos e assim sucessivamente. O percurso que fazemos pelo livro depende de cada leitor, pois cada um retira destes contos o que acha que lhe faz mal falta, o que tem mais a ver consigo, pois temos a possibilidade de nos encontrarmos a nós próprios… esta é a sua essência. Esta possibilidade para mim foi muito importante, numa fase de recuperação de uma depressão crónica, foi fundamental conhecer-me melhor, fortalecer-me, “arrumar” as ideias e sentir-me mais “aliviada”. Cresci…

Se os leitores quiserem lê-lo seguido, podem faze-lo, mas a ideia não é essa. Acho sinceramente que não é um livro para se ler, mas para se ir lendo.

Posso dizer, garantidamente, que esta obra será uma presença constante na minha mesa de cabeceira, quando necessitar de uma ajuda para a resolução de algum problema ou mesmo para “carregar as baterias”. Tê-lo sempre disponível, para poder ser lido e relido quantas vezes forem necessárias, será o meu conselheiro pessoal.

Outra característica espantosa desta obra é a interactividade, o que podemos fazer com este livro é maravilhoso. Eu partilhei as perguntas que eram feitas no final de cada conto, no meu facebook, sem dúvida fiquei a conhecer melhor algumas pessoas. A reflexão que se fez em torno das mesmas foi espectacular, sendo que a partilha que houve de ideias e experiências, para mim foi muito gratificante. O serão de contos que assisti pessoalmente, realizado pelas escritoras, também é prova dessa interactividade. Nada melhor que o contacto directo com o público e a partilha com estas escritoras de um conjunto de sensações, que apesar de termos lido esta obra, são incrivelmente sempre diferentes.

Aconselho vivamente esta leitura, atrevo mesmo a dizer, que a considero obrigatória.



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