quarta-feira, 23 de março de 2011

AUSENTE NA PRIMAVERA – Agatha Christie

Sinopse

Ao regressar do Iraque, onde foi visitar a filha, Joan Scudamore dá por si sozinha numa pensão isolada. A viagem de comboio foi inesperadamente interrompida, obrigando-a a permanecer no deserto. Esta súbita solidão leva-a a avaliar a sua vida pela primeira vez e a encarar algumas verdades sobre si própria. Ao olhar para trás, Joan reexamina dolorosamente as suas atitudes, relações e acções, e fica cada vez mais apreensiva com a pessoa que lhe é revelada. Decidida a recuperar o tempo perdido, ela está finalmente de volta a Inglaterra e à vida que pretende transformar drasticamente.

Relato intenso da vida emocional de uma mulher, Ausente na Primavera foi, segundo palavras de Agatha Christie, «escrito com integridade, com prazer. O resultado final foi aquele que eu desejava, e isso é a maior alegria que um autor pode ter.»

Opinião

Ganhei este livrinho num passatempo do blog Chocolate para a Alma, a quem desde já agradeço imenso a oferta. Nunca tinha lido nenhuma obra de Agatha Chistie, por isso foi uma estreia absoluta.

Vocês, devem se estar a perguntar:

Como é que é possível, a Bruna nunca ter lido um livro da Agatha Christie??

Pois é!! Foi um erro terrível, que cometi no meu percurso literário. Posso dizer, que não ler um livro desta autora, é como fazer uma viagem a Roma e não ver o Papa.

A reacção que tive quando acabei de ler o primeiro capitulo, foi: “Se esta Mulher, a famosa Rainha do Crime, fosse viva, fazia-lhe uma vénia.” A sua escrita, tem todas as qualidades para a classificar como perfeita. Esta leitura foi uma experiência fantástica.

Agatha Christie conta-nos a história de Joan Scudamore, uma mulher que após uma visita a Bagdade para ver a sua filha adoentada, fica presa no meio do deserto em pensamentos “(…)perturbadores e caóticos(…)” sobre a sua vida.

“(…) aqueles pensamentos perturbadores e caóticos que se pareciam intrometer à força na sua cabeça de uma forma tão inoportuna (…)”

Um isolamento que a obriga a reflectir sobre “(…)a verdadeira história de Joan Scudamore” e descobrir “(…)exactamente que tipo de mulher(…)”.

É incrível, como os sentimentos que a personagem principal transmite, parece saírem fora do livro e nos atingir profundamente.

Achei também, muito interessantes as expressões que a autora utiliza no decorrer da narrativa, dá a sensação de estar pessoalmente a falar connosco. Acho que todas estas características, contribuem para que esta escrita seja tão cativante, até parece que ficamos sem folgo.

Não posso deixar de referir, a escolha inteligente do titulo. Encaixa-se totalmente na história. Não só pelo seu significado, pois é um excerto de um soneto de Shakespeare, como na integração do mesmo na narrativa.

Uma frase que me marcou, que gostaria de partilhar:

“A vida é para ser vivida, não para ser sublimada.”

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